29/12/2014

Doente (não é de amor, eu juro)

  A mera menção do teu nome fez minhas tripas entrarem em combustão espontânea.
Tentei controlar aquele mar de sentimentos que me dominou, mas então lembrei que de filha do Rei Tritão só tenho o nome. Incapaz de conter aquela maré revolta dentro de mim, tentei forçá-la para fora, o que só me causou vertigem.

   “O que há num simples nome?” Shakespeare se questionava sobre isso, falando sobre rosas, e era exatamente o que eu me questionava agora, talvez não de forma tão bela. Shakespeare também falava sobre como o fogo e a pólvora em um beijo se consomem, o que não foi legal de pensar, considerando a combustão espontânea e que esse trecho é de Romeu e Julieta e a historia deles não tem um final muito animador .

    Já não sei se sou fogo e você é a pólvora, só sei que a ordem dos fatores não altera o fato de que é explosivo e perigoso. E especialmente atraente. Entro no chuveiro, na tentativa de lavar minh'alma de seus vestígios e de apagar o fogo (super ambíguo) que esses pensamentos me trazem.

   Você me faz mal, e tal como um velho alcoólatra, eu quero mais uma dose. Quero me embriagar com doses de afeto, provar mil sabores e esquecer as tristezas. Ter riso fácil, fazer associações sem sentido e me aquecer no frio. O que eu quero é você.Mas o que preciso é de uma lobotomia.

2 comentários:

  1. Amei o texto...simples frases ambíguas que dizem tanto à respeito de nossas vidas...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ambiguidade e amor andam de mãos dadas.
      Ou seria ambiguidade e sedução? haha

      Excluir

Oi questionador,comente,dê sua opinião,por favor,sendo respeitoso com todo mundo.Precisamos de um mundo com mais amor e respeito,e isso começa com a sua atitude :)