Uma ode às gravidezes imaginárias, vulgarmente chamadas de “paixão”, diariamente abortadas com chás de desilusão.
Afetada
Engoliu seu passado
E no seu ventre ele gestou
Cresceu cor de rosa
Bagunçando-a toda por dentro
Era o feto do amor que
Infelizmente teve
Que abortar
Aproveitando a hemorragia
Ela se deu ao luxo
De expor o lixo
Que tanto cegou sua miopia
Que tanto bloqueou sua aorta
Quando o amor saiu pela porta
E nunca mais voltou
Uma ode a quem pariu a morte
O natimorto no cigarro
anuncia sua sorte
E o gozo que sentiu?
Apenas na sua cabeça, apenas nela
Histérica e estéril
Afetada