18/09/2016

Alegria simplista, saudosista e dominical.

Domingo.

Acordei com raios de sol salpicados em meu rosto, que invadiram meu quarto pela fresta da janela que me esqueci de fechar ontem.

Por algum motivo fragmentos da infância dominaram minha memória, e uma projeção de filmes caseiros se passou nos meus olhos, ainda cansados e mal acostumados com a luz.

Uma nostalgia boba me fez esquecer o celular por uns segundos, ouvir conversas na sala, perceber que pássaros cantavam e o como pela primeira vez em semanas eu não estava exausta.

Uma explosão sensorial dominou meu corpo, e senti o gosto de acordar mais tarde, o cheiro de água que lava carros, a sensação de virar páginas de jornal até achar as tirinhas, o som de carne assando num churrasco, e todos esses detalhes bobos que a gente só da importância quanto cresce o bastante para o saudosismo caber no peito.

Isso me fez sorrir, e infelizmente esse ato havia se tornado raro. Passei anos de minha vida vivendo com domingos nublados. Ou era minha alma que estava cheia de nuvens de chuva? Ou eram minhas palavras que tinham gosto de ozônio?

E o resto do dia não foi dominado por tédio nem correria, por angustia nem por euforia.


Pela primeira vez em anos, não senti a ansiedade dominical de esperar pela segunda.


A alegria é tão simples que chega a ser boba...

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