22/10/2016

Crise

Ela perambula por ai 
com olhos manchados de insônia romantizada
Cheirando ao café que lhe piora a gastrite
Seu peito sendo um auditório                  abandonado 
que desesperadamente ecoa
                                   ecoa  a batida de seu ultimo espetáculo

Seus ossos fossilizam na cama 
enquanto as paredes  brancas  
(profanadas de
 frases a  lápis)
 são 
grades
 de uma prisão 
arquitetada 
que contestam  Sartre no que diz a 
                                                                   liberdade

Diz idealiza  a  utopia  
de um dia efetivar o que lhe foi tirado tão logo aprendeu a andar                  
                                                                                                          sozinha
O seu habitat é o limbo de uma espera
E esta  se torna mais l o n g a 
à medida que o dia da suposta liberdade se aproxima  
 e fala e fala e fala 
sem nada dizer num impulso nervoso  
que emudece 
e bota em cativeiro 
o que realmente sente

E o medo a afoga em oxigênio
Tendo o coração pesando molhado de água suja 
(como pano de chão)
Passa seus  dias  a  sentir o gosto forte de não ser boa pra nada
 (Exceto, 
é claro,
 em fazer mal para si mesma)

E se dorme demais aos fins de semana
É pelo único motivo de Morpheus ser o Thanatos reversível









Um comentário:

Oi questionador,comente,dê sua opinião,por favor,sendo respeitoso com todo mundo.Precisamos de um mundo com mais amor e respeito,e isso começa com a sua atitude :)